segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alguém como eu

Pesquisas quantitativas determinam quem é a pessoa através de números. É nesse modelo que traçamos o famoso perfil demográfico, onde o target é distribuído entre faixa etária, classe social e sexo. Já as pesquisas qualitativas são aquelas que qualificam o sujeito, indo muito além de que faixa ele pertence para mostrar a sua personalidade e os seus hábitos.

Quem trabalha com pesquisa sabe que elas não são precisas, mas que ficar sem elas é como ser vidente – só dá para contar com a bola de cristal. Como estudiosa das pesquisas que sou, afinal o ofício exige isso, buscamos em seus dados sempre determinar um target, ou seja, aquelas pessoas com quem queremos falar. Ai, de vez em quando, me surge uma pulguinha atrás da orelha: e se eu fosse o público, será que alguma pesquisa me indicaria? Ou melhor, será que existem pessoas como eu para serem classificadas em um grupo?

Avaliando em termos de consumo de mídias tenho um comportamento muito peculiar. Por ser mídia eu não leio jornal, analiso o conteúdo; não ouso rádio, escuto os spots; não assisto televisão, presto atenção nos breaks. Aqueles meios e veículos que de fato consumo são mínimos, o que me torna um target um tanto quando difícil de alcançar.

Leio duas revistas regularmente (Nova e Minha Casa), assisto ao Bom Dia Brasil diariamente e sou fascinada pelo Fox Life. Meu grande hobby é assistir filmes animados em DVD e acompanho três seriados: Grey’s Anatomy, Terra Nova e Mad man. Consumo diariamente as redes sociais, entretanto com um grupo bem fechado, sem ficar “fuçando” um lugar ou outro. Meu circuito é apenas casa, trabalho, casa – o que envolve em sua maioria a 3ª ponte.

Avaliando em termos demográficos, fica ainda mais difícil me encontrar. Teoricamente sou o famoso público C, pois é assim que se determina a minha faixa econômica. Falando seriamente, estou longe disso. Não me encaixou em nenhuma definição desse público e me assemelho muito mais à classe B, entretanto estou longe de seu poder de consumo.

Como disse, meu comportamento é muito peculiar e assim devem ser diversas pessoas. Então eu me pego pensando se é mesmo possível juntarmos tudo em um guarda chuva de pessoas tão diferentes, que possuem gostos e consumos de mídia são desiguais. Minha resposta inicial é categórica: NÃO. É impossível termos um perfil bem traçado e que reflita de fato a realidade, entretanto precisamos começar por algo. E é por isso que não se abre mão das pesquisas.

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