To careca de saber que post pago existe e que esse é um recurso que às vezes a publicidade se apropria, afinal o blogueiro é aquele cara que tem influência sobre o seu público e, a partir do momento que dá o carimbo e “É BOM” em um produto, tende a fazer com que os seus leitores o consumam. Sempre avaliei esse recurso pelo prisma publicitário e olhava para ele meio de lado, sem ter uma opinião de fato formada, até ter sido impactada por ele como leitora.

Sou seguidora ativa de dois blogs sobre moda e beleza: Garotas Estúpidas e Dia de Beutè. O primeiro foi indicação de uma grande amiga e o outro vi uma vez no Jornal Hoje e não deixei de ler até hoje. Eles são uma referência para mim e é de lá que tiro meus truques de maquiagem e quase tudo o que sei sobre esse universo.

Eis que um dia desses visito o Dia de Beutè e dou de cara com um post sobre o delineador da Contém 1g. Essa é uma marca que costumo consumir e já tinha visto esse produto antes e fiquei impressionada com a forma como a Vic o colocava como um excelente produto, que possuía aplicação e cor perfeita. Terminei o post já querendo levantar da cadeira e ir comprar, afinal a Vic tinha dito que valia a pena.

 Depois de ler toda as atualizações dela, segui para o GE e fiquei passada ao encontrar o mesmo post no site. É claro que cada uma deu a sua visão, conforme vocês podem conferir nos textos originais (GE e Dia de Beutè), entretanto eu sabia do que se tratava: POST PAGO.

Compartilhando sentimentos, fiquei completamente aflita. Foi um daqueles momentos em que o publicitário é pego pela propaganda e fica meio sem ação, pois acha que está imune a ela por conhecê-la nos bastidores. Como leitora dos blogs me senti meio traída, sendo convencida de algo que talvez a blogueira não acreditasse de verdade.

Parei e tentei analisar a situação profissionalmente e compreendi de fato porque tantos blogueiros são completamente contra a aceitar posts pagos. Seus blogs são uma instituição que reflete de fato o que eles pensam, portanto receber para pensar algo vai totalmente contra a “ideologia” do espaço. Como publicitária, essa situação me serviu de case para entender que há um limite muito tênue no uso da influência alheia.

Apenas para finalizar, gostaria de dizer que a propaganda no fim das contas não fez efeito. Caso a “mídia” tivesse sido em apenas um blog eu teria comprado o produto. Como estava nos dois me senti usada pela marca, por manipular o que as minhas referências pensam, então acabei não comprando. No fim das contas, pelo menos serviu para entender que em campanhas como essa a estratégia de comunicação precisa fazer escolhas para que a mídia funcione – e não se vire contra o produto como foi o meu caso