Quando eu era bem pequena a minha mãe me explicou o que era doação de órgãos. Naquela época isso não era assunto tratado em público e permanecia como um tabu. Apenas pessoas mais instruídas e que tinham algum tipo de engajamento falavam sobre e o número de doadores era imensamente menor do que é hoje.
Ela era doadora de córneas, um dos órgãos mais sensíveis quando se fala de doação com uma família, e me colocou a parte do que era isso para poder ter a sua vontade de ajudar as pessoas respeitada, caso viesse a falecer e essa decisão fosse minha.
Anos depois a doação de órgãos passou a ser um assunto discutido entre as pessoas. Virou campanha de TV e tivemos uma grande mobilização nacional para que as pessoas se declarassem ou não doadoras em suas carteiras de identidade.
Na minha opinião a vontade de quem parte deve ser respeitada, seja ela qual for, mas pelo que sei quem dá a palavra final hoje é quem fica, portanto de nada adianta você querer doar se não conversar sobre isso com a sua família e fazer com que eles entendam a importância desse ato - que para mim é constituído do mais puro amor ao próximo.
Hoje recebi via Facebook a indicação de uma amiga para uma ação fantástica de propaganda - esse vídeo abaixo. De forma simples e objetiva, a ação coloca a todos no lugar de quem espera por um transplante. É impressionante quando podemos enxergar a vida por um outro prisma e sempre que uma propaganda faz isso com alguém eu bato palmas para comemorar não só a idéia brilhante, mas também a estratégia acertiva que dá o retorno esperado ao cliente.
Ao fim do texto, concluo com o óbvio. Sou doadora de órgãos convicta há anos e já instrui todos a minha volta que o que de mim puder ser tirado para salvar outra vida eu entrego de bom grado.
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