terça-feira, 12 de outubro de 2010

Guia de Buenos Aires – Por Gabriela Sipioni

Desde que decidi fazer a viagem para Buenos Aires comecei a pesquisar sobre a cidade. Li muita coisa a respeito e fiquei muito contente de encontrar tantas informações pela internet. Agora que já voltei da gringa, como dizem minhas amigas, também quero deixar aqui a minha contribuição.

Vou tentar seguir uma ordem cronológica das coisas, copiando um pouco o Guia Hype que li, mas já peço desculpas antecipadas se me perder no meio do caminho. São tantas coisas para contar que fico até tonta. Esse guia é uma visão pessoal da cidade, então está relacionado apenas aos meus sentimentos e sensações, ou seja, não é um super tour montado por profissionais especializados em viagem.

Espero que, quem esteja lendo para conhecer um pouco mais sobre Buenos Aires, possa levar daqui dicas preciosas e cometer erros diferentes dos meus... rsrsrs

INFORMAÇÕES BÁSICAS
DINHEIRO: a maior parte dos estabelecimentos TURISTICOS aceitam dólar, real e peso. Saindo do Brasil aconselho levar alguns reais e a maior parte do dinheiro em dólar, que está bem valorizado por lá (set/2010). Em alguns restaurantes as moedas estrangeiras têm maior poder de troca que nos bancos, portanto vale a pena ter uma carteira recheada internacionalmente para andar por ai.

ATENÇÃO: quando for trocar seu dinheiro sempre peça notas pequenas ($ 10, 20 ou 50). Um excelente banco para troca é o BANCO PIANO. Tem um próximo da Florida e eles também possuem uma filial no aeroporto (depois da área de desembarque). Uma dica que recebemos lá foi conferir sempre os números de série das notas antes de entregá-la, pois existe um golpe na praça para turistas. Eles pegam a sua nota grande, levam para o fundo da loja dizendo que vão trocar e voltam afirmando não ter troco e te devolvem o dinheiro. O grande truque é que eles trocam a moeda, ou seja, te devolvem uma nota falsa.

DICA: o peso é indicado apenas pelo $ na Argentina, o que as vezes nos confundem com o dólar (U$), portanto preste bastante atenção na hora de fazer compras para verificar se está utilizando a moeda correta.

ERREI: em minha avaliação inicial sobre dinheiro para BA (Buenos Aires) encontrei ótimas indicações sobre o Visa Travel Money. É um cartão de débito para ser usado em moeda estrangeira. Ele aceita ser recarregado em dólar ou euro. Pois é, se você for para países que aceitam dólar vale a pena, mas quando é preciso converter para outra moeda não vale a pena. O dólar está valendo entre $ 4,00 e R$ 4,20 no Banco Piano, enquanto o meu Visa Travel Money fez a conversão em $ 3,52 – ou seja, perdi muita grana.

HOSPEDAGEM: o ideal em BA é ficar hospedado no centro da cidade. É claro que tudo lá é muito perto e, seja lá onde estiver vai conseguir conhecer tudo. A diferença de ficar no centro é que lá você encontra tudo é pode fazer muitos passeios a pé. É perto da famosa rua Florida e também de Puerto Madeiro.

DICA: nós ficamos no hotel Catalinas Suítes. Ele é bem antigo, mas tem um serviço de primeira e é muito bem localizado. Na mesma rua (Tucuman) há um outro hotel indicado por uma amiga. Chama-se Vista Sol e tem cara de ser um hotel mais moderno. Um grupo de brasileiros que fez o city tour conosco reclamou muito do hotel Unique – que fica próximo ao Obelisco. Pesquisei na internet e o comentário geral foi unânime: quarto sujo, péssimo serviço e café da manhã mais magro que gado no sertão.

TRANSPORTE: em relação a transporte não há o que se discutir. Faça como a Angélica e VÁ DE TAXI. Eu acho que a frota de lá só perde para Nova York, pois a cidade é lotada de veículos pretos e amarelos que rodam para cima e para baixo. Eles não têm ponto fixo, mas basta esticar o braço que eles param na hora. Os ônibus são vazios, mas parecem ser da época em que meu avô andava de bicicleta com rodinhas. Não passei nem perto do metrô, mas um casal amigo disse que, além de se perderem, ficaram como sardinhas em lata.

Quanto a alugar um carro na cidade acho um tanto quanto inviável. O trânsito daquele lugar é completamente maluco. Ninguém respeita pedestre e eles não usam seta. Quando chegam num cruzamento decidem ali mesmo de quem é a preferência e cruzam uns na frente dos outros. Um casal que conhecemos alugou um carro e entregou no mesmo dia, dizendo que não havia condição de dirigir por lá.

DICA: vá mesmo de taxi e ponto final. Só para se ter uma idéia, a corrida mais cara que fiz foi indo até Palermo, o bairro mais afastado do centro. O total deu $ 25,00 - ou seja, R$ 17,00. Não deixe de usar esse meio de transporte. É rápido e seguro.

MAPAS E INFORMATIVOS: se você contratou um serviço de city tour não vai precisar se preocupar muito com isso. Os guias são bem atenciosos e te indicarão todos os caminhos. No hotel onde fiquei eles têm mapas ótimos da cidade e te indicam vários roteiros, caso precise de ajuda.

DICA: se localizar em BA e muito fácil. A maior parte das ruas corta a cidade inteira, então você sempre consegue localizar uma transversal ou paralela próximo do seu hotel. O grande segredo é que, como essas ruas são extensas, você precisa se ligar no número de onde você quer ir. Não adianta dizer ao taxista apenas o nome da rua, senão ele poderá te deixar no lugar errado, ou pior, não te levar a lugar nenhum.

Mas não se preocupe. Diferente do Brasil, a numeração lá é seqüencial e a cada quarteirão abriga uma centena de imóveis, ou seja, o quarteirão começa no número 1 e vai até o 100. O outro começa no 101 e vai até o 200 e assim por diante. No centro essa contagem começa a partir de Puerto Madeiro e vai subindo em direção ao Obelisco. Essa numeração dos quarteirões é indicada no mapa, portanto se locomover – a pé ou de taxi – não é um bicho de sete cabeças.

QUANDO IR: nesse tópico eu gostaria de copiar na íntegra o que li no Guia Hype, pois achei a melhor das definições. “Em agosto é frio, bem frio pra quem é de São Paulo, insuportável para quem é do Nordeste, e normal pra quem é do Sul. Em fevereiro dizem que é bem quente. E por bem quente, digo bem quente pra quem é de São Paulo, insuportável pra quem é do Sul e normal pra quem é do Nordeste”. Eu fui em setembro e achei o clima agradável. Foi preciso uma boa roupa de frio, mas estava aquele tempinho gostoso, sem ventos cortantes.

DICA: se for nesse período mais frio leve um bom hidratante. O vento lá é muito seco nessa época. Eu, por exemplo, tive uma escamação no rosto devido ao frio. Estou em tratamento há duas semanas para ter minha pele de pêssego de volta.

O QUE COMER: bom, o forte de lá são mesmo as carnes de boi. Segundo a guia que nos atendeu, o grande diferencial é o fato de toda a geografia do lugar ser plano e, por isso, o gado deles não malha – tendo então uma carne super, mega, ultra macia. A textura é ótima, mas o sabor nem tanto. A comida é sem sal para os nossos padrões, então achei a maior parte dos pratos sem graça ou doce. O carboidrato forte deles é a batata, que é vendida em todos os tipos de pratos possíveis.

DICA: o lugar ideal para se comer em BA são os cafés. Pois é, uma grande curiosidade é que os cafés lá possuem um cardápio completo de pratos para almoço e jantar. São baratos e bem servidos. Dê preferência aos cardápios executivos que já incluem bebida, pois refri e água por lá custam um rim (MUITO CARO).

CURIOSIDADES
GORJETA: por lá é chamada de PROPINA (não se assuste) e não é cobrada na conta, porém os garçons esperam recebê-la arduamente. Eles meio que cobram isso no fim da conta e você fica totalmente sem graça, portanto esteja sempre preparado para deixar aquele dinheirinho embaixo do prato. AVISO: deixem em dinheiro mesmo, pois eles não cobram no cartão.

CARTÃO DE CRÉDITO: o sistema deles não tem senha como no Brasil e, o mais impressionante, todo mundo entrega o cartão para ser passado no caixa sem que você acompanhe. Isso é normal por lá, então a gente acaba se acostumando. No primeiro dia eu acompanhei o cartão até o caixa, afinal é isso que nos ensinam no Brasil, e percebi que ofendi o garçom e o dono do restaurante, pois aparentemente desconfiei da honestidade deles.

ELEVADORES: os elevadores são velhos, mas velhos mesmo. O maquinário é novo, mas como eles têm a maioria dos prédios tombados, o formato deles ainda é daqueles que temos que abrir a porta de fora e de dentro... dá um medo!!!!
MAQUIAGEM: pasmem, mas o melhor lugar para se comprar maquiagem em BA é na farmácia. Isso mesmo, na farmácia. A gente encontra todas as marcas por lá e num preço muito bacaninha. a Farmacity é uma das melhores, então não vá embora sem passar por lá.

ONDE IR – INDICAÇÕES:

Bom, aqui vou deixar aqueles locais que visitei e que achei um máximo e que recomendo muito que sejam visitados:

PUERTO MADEIRO: é roteiro obrigatório de quem visita a cidade. Esse espaço foi um porto que não deu certo, pois os grandes navios não conseguiam parar devido ao assoreamento do rio e que, depois de ser um bairro muito perigoso, se tornou um point gastronômico com mais de 70 restaurantes e bares. Recomendo comer no La Bisteca, que serve muita comida gostosa por um preço irrisório.

JARDIM JAPONÊS: adorei esse lugar. Ele é uma homenagem dos japoneses a cidade de Buenos Aires. O jardim é bem grande e proporciona um passeio tranqüilo que traz muita paz. É ideal para final de viagem, quando já estamos bem cansados e precisamos recarregar as baterias.

CASA ROSADA: também é um lugar clássico. Fica no centro, bem fácil de chegar a pé também. Lá a gente também vê a Plaza Maio e a catedral – dois lugares ótimos para se conhecer.

CAFÉ TORTONI: fica bem próximo da Casa Rosada e conta a história de Buenos Aires em suas paredes. O ambiente é excelente e a comida também é muito agradável. Vale ir e ficar olhando... Lá existe um show de tango (que só descobri depois que já tinha terminado a viagem) a um preço muito acessível: $100,00. Portanto, não deixe de perguntar sobre o espetáculo e assista por lá mesmo.

OPERA PAMPA: esse espetáculo é fantástico. Em um mix de teatro e dança os atores contam a história da independência da Argentina. O espetáculo é em espaço aberto (então vale ir bem aquecido), pois eles contam com vários cavalos em cena. Depois de tudo ainda tem um jantar MARAVILHOSO, com um típico churrasco dos pampas.

RUA FLORIDA: vale a pena só para olhar a diversidade de lojas que tem por lá. É um grande calçadão LOTADO de gente. Lá para as cinco da tarde vem um monte de ambulantes que vendem de tudo por lá. Não achei nada mega barato, mas deu para trazer uns presentinhos.

GALERIAS PACÍFICO: é de alegrar os olhos e entristecer o bolso. Eita lugarzinho caro com força. A arquitetura é linda, então aproveite para passear sem maiores expectativas. A loja da MAC fica por aqui, então dê uma passadinha por lá e, como eu, deixe um rim por alguns produtinhos de beleza.

CAMINITO: não deixe de tirar uma foto nos quadros de montagem de lá. É caro, mas vale a pena levar essa lembrança. Pode tirar onda e comprar um alfajor Havana ali mesmo, pois é o mesmo preço que no resto da cidade. Cuidado com os pedintes e não vá lá a noite (é um prostíbulo a céu aberto).
É isso. Espero que tenham gostado e que possam curtir também uma viagem maravilhosa dessas.

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