Perdi a graça! Cheguei naquele ponto em que o dinheiro, ou a falta dele, incomoda tanto que é preferível largar tudo de lado. A fonte pode até ser um pouco mais espremida, mas eu já estou cansada de tantos cálculos que envolvem centavos que vem e que vão com a oscilação cambial.
Quem me dera ter dinheiro para poder olhar apenas o lado esquerdo do cardápio, para fazer os passeios que quisesse, para poder olhar a fatura do cartão de crédito e não sentir palpitações. Corta daqui ou dali coisas que se queria ver e fazer e, ainda assim, continua a dúvida: será que vai dar?
No fim das contas, acredito que o problema não seja nem exatamente esse. A verdade é que eu queria ser outra pessoa. Menos sistemática, menos controladora, menos preocupada. No fundo, no fundo, não ligo especificamente para os R$ 100 a maios ou a menos. Me irrita é não ter as coisas sob controle, não conseguir dar um passo seguro.
Essa análise eterna de cenários e o grande desenho de "e se" que eles montam na minha cabeça abastecem o bando de borboletas que se alojaram no meu estômago e atormentam o gigante que usa sua mão pesada para esmagar meu coração. É um choque de adrenalina a cada nova decisão.
O mais triste é não conseguir dividir, pois ninguém consegue entender esse lado tão pessoal. É muita expectativa e, consequentemente, muita dúvida. Dúvida essa que, para uma pessoa controladora, é um suplício, um martírio, uma desolação.
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