É tarde da noite e o sono não vem. Basta colocar a cabeça no
travesseiro que os fantasmas do passado e os pesadelos do futuro tomam conta
dos pensamentos. Eles vagam pelos campos escuros da incerteza e se agarram nas
perdas que um dia deram segurança.
Pensar em dias melhores ou simplesmente olhar o espaço são exercícios
sem retorno e só trazem mais frustação na contagem de minutos após executá-los.
O tique taque do relógio bate devagar, aumentando ainda mais a angústia dos
olhos abertos e mente ativa.
E quanta atividade... é nessa hora que a mente trabalha sem fim, desenterrando
assuntos mortos e criando cenários inexistentes, onde o hipotético é tão real que
você consegue sentir. As emoções se tornam exacerbadas e o corpo se rende às
vontades dos pensamentos infrutíferos.
Ele levanta, já que a tentativa de dormir é em vão, e busca as alternativas
possíveis. Chás, homeopatias e ervas medicinais vão até onde a fé consegue
alcançar. E, quando mesmo assim a mente teima em permanecer em alerta, os remédios
conseguem deixar a visão tão escura quanto suas tarjas.
O sono chega, mas o descanso não. Os sonhos tomam às vezes da mente e
injetam imagens difusas e sentimentos confusos que só perturbam ainda mais a
noite que deveria ser destinada ao repouso. Depois de um ou dois minutos
dormidos, pois assim se sente, o relógio toca e acorda o corpo cansado e a
mente exausta para uma nova segunda feira.
É o início de mais uma semana, aonde todo o ciclo irá se repetir sete
vezes, sempre próximo do horário de colocar a cabeça no travesseio. Esse ciclo
tem nome e o seu nome é insônia.
Já tinha dito uma vez e volto a repetir: você escreve muito bem. Quando faltar inspiração na Criação, já sabemos onde procurar.
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