Ditados populares são coisas que me intrigam. É impressionante como as
pessoas criam frases que parecem não ter nada a ver, mas que no fundo expressam
todo um cenário com apenas algumas palavras. O mais engraçado para mim é que, às
vezes, entendemos o sentido de um ditado, mesmo sem compreender ao certo o seu
conteúdo.
Dia desses, conversando com alguns amigos, levantamos alguns ditos
populares e chegamos à conclusão que eles sempre deixarão a sua mensagem, mas o
seu conteúdo literal não fará sentido algum para as novas gerações.
Imagina só, daqui a 10 anos, uma criança que nasceu em 2013 dizendo “focinho
de porco não é tomada”. Desde 2010 o Governo Federal está fazendo todo o
esforço possível para a mudança no padrão de tomada e até 2023 poucas pessoas
se lembrarão dessa semelhança e de tal comparação entre ela e o porco.
Pior que esse, que ainda é contemporâneo, fica para mim o “virar o
disco”. Tenho amigos que trabalham comigo (e olha que não sou tão velha) que
nunca usaram um disco na vida. Eles nasceram na era do CD, onde o aparelho de
som até troca de CD sozinho. Para eles, pegar aquele vinil e ter que virar para
ouvir o outro lado é algo inexplicável.
Mais um pelo qual eu passei, mas que pessoas que tem 20 anos ou menos
provavelmente nunca viram acontecer é o “cair a ficha”. Sim, pessoal,
antigamente os orelhões funcionavam a ficha. Tínhamos que colocar a ficha na
parte de cima para fazer uma ligação e ir recarregando quando queríamos falar
mais. Aquelas que não eram utilizadas (por conta do tempo, ou porque a ligação
não completava) caiam em um compartimento.
Observar esses fenômenos é algo muito interessante. Em tão pouco tempo,
coisa de 20 anos ou menos, vemos muito da história se perdendo e acompanhamos o
desinteresse das novas gerações pelo que, para elas, é considerado velho. Nessa
nossa realidade, onde tudo é tão volátil e possui obsolescência programada, precisamos
contar com a memória para recordar coisas tão simples, mas que parecem
pertencer a uma era completamente distante.
Vamos agradecer que existe a internet, esse mundo mágico onde tudo é
guardado e nada é esquecido. Ainda bem que podemos deixar nesse ambiente
algumas palavrinhas e imagens que vão levar para o sempre o que cada um de nós
já viveu. Vou continuar buscando alguns desses ditados... vai que eu encontre
alguns outros para eternizar (risos) aqui no blog.
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