quarta-feira, 3 de julho de 2013

Um dia de melancolia



Tem dias em que você não cabe em si. O desconforto aperta o peito e até a roupa mais frouxa se caracteriza como uma camisa de força. O céu fica nublado de propósito e tudo que se vê e fala é sem cor e sem propósito.

A vontade é fugir, encontrar um lugar onde você possa se esconder de si mesma e não ter que conviver com a incrível insatisfação que te arrebenta. Chorar é apenas a expressão de tudo isso. Extravasar!!!! Era isso que você queria desde o princípio. Ir para a praia e gritar para o oceano. Não precisa fazer sentido, só tem que ser dito.

Entretanto, você engole, pois compartilhar não resolve. Se você não sabe o que sente, como fazer as pessoas compreenderem? Você diz: “É, tipo assim, uma angústia misturada com tristeza e mesclada com incerteza que gera melancolia... entendeu?”. O máximo que vai receber em troca em uma bela poker face.

Ao fim do dia você tem mesmo é vontade de ir a merda, mas vai passar a noite sentada na cozinha acompanhada de uma bela insônia. É lá que você vira engenheira do seu próprio apocalipse, construindo os cenários mais esdrúxulos, mesmo que nada pareça concreto.

No dia seguinte você acorda e descobre que nada daquilo aconteceu. Foram apenas os seus hormônios te pregando mais uma peça naquela ótima rotina mensal chamada TPM. É nessa hora que você tem certeza que gostaria muito, mas muito mesmo, era fugir de você mesmo – de preferência pra sempre. No lugar disso, toma um Atroveram e aceita a maior peça de humor do destino: você nasceu mulher.
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